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A Antiguidade greco-romana sempre se constituiu de um universo
centralizado em cidades;
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Traduzia um nível de organização e cultura urbanas que jamais seria
igualado em outro milênio;
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A riqueza material que sustentava a vitalidade intelectual e cívica
dessas civilizações era extraída de forma esmagadora do campo;
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A agricultura era o setor totalmente dominante na produção;
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As Cidades-Estado greco-romanas eram conglomerados urbanos de
proprietários de terras;
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Os principais produtos básicos da agricultura eram o milho, o azeite e
o vinho;
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Na cidade as manufaturas eram poucas e rudimentares : tecidos,
cerâmica, mobília e objetos de vidro;
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O comércio interlocal só podia ser realizado por água, o meio de
transporte mais rápido e barato;
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O Mar Mediterrâneo, por suas águas calmas, se prestava perfeitamente
para o transporte;
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Foram as Cidades-Estado gregas que primeiro tornaram a escravidão
absoluta na forma e dominante na extensão, transformando-a assim de sistema
auxiliar em um modo sistemático de produção;
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Mas a escravidão não era o modo de produção absoluto – convivia com
outros modos - camponeses livres, rendeiros dependentes e os artesão urbanos;
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A escravidão era o modo de produção dominante na Grécia Clássica (séc.
V e IV a.C.) e em Roma ( do séc. II a.C.
ao séc. II d.C.);
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Estima-se que a proporção entre escravos e cidadãos livres na Atenas de
Péricles estava em torno de 3 : 2;
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Na Grécia Clássica os escravos
foram empregados pela primeira vez na manufatura, na indústria e na
agricultura, além da escala doméstica;
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O uso generalizado da escravidão na Grécia transforma-a em termos
absolutos : a sociedade grega passa a ser polarizada – de um lado há a perda
completa de liberdade, de outro uma liberdade sem impedimentos;
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A escravidão e a liberdade gregas eram indivisíveis : uma era a
condição estrutural da outra;
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Somente o trabalho escravo no campo poderia liberar uma classe de
proprietários de terra tão radicalmente de suas raízes rurais de maneira a
poder ser transmutada em uma cidadania essencialmente urbana sustentada pela
riqueza extraída do solo;
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A escravidão representava a mais radical degradação rural imaginável do
trabalho – a conversão de seres humanos em meios inertes de produção, por sua
privação de todo direito social e sua legal assimilação às bestas de carga;
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Ao mesmo tempo, a escravidão era a mais drástica comercialização urbana
concebível de trabalho : a total redução da individualidade do trabalhador a um
objeto padronizado de compra e venda, nos mercados metropolitanos de comércio
de mercadorias;
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A destinação da maior parte do trabalho escravo na Antiguidade clássica
era o trabalho agrário;
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A reunião, alocação e despacho dos escravos se dava nos mercados das
cidades, onde muitos deles também eram empregados;
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Assim, a escravidão era o vínculo que unia cidade e campo, para o
benefício da pólis;
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O escravo era um bem móvel num mundo onde os transtornos do transporte
condicionavam a estrutura de toda a economia;
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O excedente gerado pelo trabalho cativo sustentava a riqueza e o
conforto da classe urbana proprietária da Antiguidade Clássica;
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O modo de produção escravista tem como característica a estagnação
produtiva : o escravo não tem nenhum estímulo para aprimorar o seu trabalho
quando não vigiado;
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A tecnologia manual da Antiguidade era exígua e primitiva;
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O trabalho manual era desprezado e diminuído na Antiguidade, havendo um
divórcio rigoroso entre trabalho material e a esfera de liberdade;
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Tal concepção ideológica impregnava todas as outras formas de trabalho,
afetando de modo geral as forças produtivas na Antiguidade;
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O caminho típico para a expansão era a conquista geográfica e não o
avanço econômico – a cidade-Estado se reproduzia pelo povoamento e pela guerra;
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O saque, o tributo e os escravos eram os objetos centrais do
engrandecimento, tanto meios como finalidades para a expansão colonial;
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O poder militar estava intimamente ligado ao crescimento econômico
porque a principal fonte do trabalho escravo eram normalmente os prisioneiros
de guerra;
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O provimento de mão-de-obra escrava através da guerra, liberava
cidadãos para formarem o exército para novas conquistas e mais escravos;
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